Diante de uma tragédia como a do menino, estudante que atira na professora e se mata, todos inclusive eu, ficamos plasmado. Ficamos congelados, como se estatuas fossemos.
Mas o que dizer? como entender o fato? Muitas tentativas de explicações aparecem, na maioria açodadas, afoitas pela emoção. Nenhuma realista, nenhuma no fulcro da questão que é a de filhos orfãos de pais vivos. Filhos de uma FAMÍLIA QUE NÃO MAIS EXISTE, mas que a sociedade tenta negar a triste realidade. Sou do tempo em que, no mínimo a família se reunia para o almoço e para o jantar. Sou do tempo em que a mãe arrumava a lancheira do seu filho e olhava para ver se faltava alguma coisa e na volta da escola revistava-a para ver se não tinhamos pegos por "distração" alguma coisa que não era nosso. Pergunto, aonde estava o responsável por esta criança que se quer viu que este garoto levava consigo a arma do seu pai, coisa inadmissível, para a escola?
A verdade é que minha geração lutou pela liberação dos costumes e pela libertação da mulher do jugo implacável do seu marido, quase dono das suas vontades, mas, infelizmente não tinhamos propostas concretas para esta nova situação
A nossa luta que previa uma vida mais harmoniosa com uma família mais feliz, deu nisso?!!!
Onde erramos? Creio eu que, erramos ao não prever que, que o mundo econômico, cruel por sua própria natureza, iria se aproveitar da nossa luta e rebaixar os salários ao ponto de obrigar a mulher e seu marido abandonar o lar, deixando o ninho vazio de orientação, afeto e atenção ao ponto de uma criança no desespero de se sentir "abandonado" cometer um ato tresloucado como o que vimos acontecer, numa tragédia anuncida.
Não seria hora de pensarmos EM UM NOVA ORGANIZAÇÃO SOCIAL, QUE PROVESSE NOSSAS CRIANÇAS DE TUDO AQUILO QUE LHES TEM FALTADO?